«A quem iremos nós Senhor?»

Os evangelhos têm apresentado o discurso de Jesus na sinagoga de Cafarnaum sobre o Pão da Vida. Na base está o milagre da multiplicação do pão e do peixe com que Jesus saciou a multidão e recolheu-se doze cestos do que sobrou. Bem diz o provérbio: ‘o pouco com Deus é muito e o muito sem Deus é nada’. Temos vários episódios da providência divina na Escritura e bem significativos para a fé, entre eles o maná, as codornizes e água na caminhada do povo para a terra prometida. Temos Elias a caminho do Horeb, pão e água colocado à cabeceira para restabelecer as foças. Eliseu na casa da viúva de Sarepta em que a farinha não se esgotou na bilha e Jesus em Cafarnaúm. Nesta parte Jesus dá um sentido novo e realidade nova que só Deus pode dar: Ele é o Pão vivo descido do céu! Motivo de admiração, escândalo e fuga. Aceita e permanece ou rejeita e desaparece. Os motivos humanos ajudam à fé, como as tradições ajudam, mas não são o objeto de veneração da fé. O sujeito de tudo isto é Deus! Só fala do Pai/Deus quem o viu e dele veio ao mundo para falar do Pai. Só assim se compreende que o seu alimento seja fazer a vontade daquele que O enviou. Jesus não hesita em dar–se em comida e bebida de eternidade.

Foi certamente um choque para os seguidores que só pensavam no pão, como Ele afirmou. Segui-lo é aceitar que Ele é o novo maná, o novo alimento para o homem. A pergunta de Jesus aos discípulos tem razão de ser também para nós: ‘Vós também quereis ir embora?’

Que dizer de quem está sempre enfadado para ir à missa no dizer proverbial: ‘um minuto na igreja custa mais que uma hora no café!’ e são cristãos, imagine-se se não fossem, mas quando morrem porque será que querem ter missa? Outros sabemos quanto importante é participarem frequentemente na missa. Uns e outros ao participarem realizam o mandato de Jesus na Última Ceia – sempre que comemos o pão e bebermos o vinho, anunciamos a sua morte e proclamamos a sua ressurreição – o sacrifício da nova e eterna aliança. Crer é pronunciar: “Eu creio Senhor!”

 

Mesa da Palavra – Ano B

Evangelho XXI: Jo 6, 60-69 – Depois de o ouvirem, muitos dos seus discípulos disseram: «Que palavras insuportáveis! Quem pode entender isto?» Mas Jesus, sabendo no seu íntimo que os seus discípulos murmuravam a respeito disto, disse-lhes: «Isto escandaliza-vos? E se virdes o Filho do Homem subir para onde estava antes? É o Espírito quem dá a vida; a carne não serve de nada: as palavras que vos disse são espírito e são vida. Mas há alguns de vós que não crêem.» De facto, Jesus sabia, desde o princípio, quem eram os que não criam e também quem era aquele que havia de o entregar. E dizia: «Por isso é que Eu vos declarei que ninguém pode vir a mim, se isso não lhe for concedido pelo Pai.» A partir daí, muitos dos seus discípulos retrocederam e já não andavam com Ele. Então, Jesus disse aos Doze: «Também vós quereis ir embora?» Respondeu-lhe Simão Pedro: «A quem iremos nós, Senhor? Tu é que tens palavras de vida eterna! Por isso nós cremos e sabemos que Tu é que és o Santo de Deus.»

Evangelho XXII: Mc 7, 18.14s.21-23 – Os fariseus e alguns doutores da Lei vindos de Jerusalém reuniram-se à volta de Jesus, e viram que vários dos seus discípulos comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar. É que os fariseus e todos os judeus em geral não comem sem ter lavado e esfregado bem as mãos, conforme a tradição dos antigos; ao voltar da praça pública, não comem sem se lavar; e há muitos outros costumes que seguem, por tradição: lavagem das taças, dos jarros e das vasilhas de cobre. Perguntaram-lhe, pois, os fariseus e doutores da Lei: «Por que é que os teus discípulos não obedecem à tradição dos antigos e tomam alimento com as mãos impuras?» 6 Respondeu: «Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, quando escreveu: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Vazio é o culto que me prestam e as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos. Descurais o mandamento de Deus, para vos prenderdes à tradição dos homens.» E acrescentou: «Anulais a vosso bel-prazer o mandamento de Deus, para observardes a vossa tradição. Pois Moisés disse: Honra teu pai e tua mãe; e ainda: Quem amaldiçoar o pai ou a mãe seja punido de morte. Vós, porém, dizeis: “Se alguém afirmar ao pai ou à mãe: ‘Declaro korban, isto é, oferta ao Senhor, aquilo que poderias receber de mim’…”, nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou por sua mãe, anulando a palavra de Deus com a tradição que tendes transmitido. E fazeis muitas outras coisas do mesmo género.» Chamando de novo a multidão, dizia: «Ouvi-me todos e procurai entender. Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa tornar impuro. Mas o que sai do homem, isso é que o torna impuro. Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça.» Quando, ao deixar a multidão, regressou a casa, os discípulos interrogaram-no acerca da parábola. Ele respondeu: «Também vós não compreendeis? Não percebeis que nada do que, de fora, entra no homem o pode tornar impuro, porque não penetra no coração mas sim no ventre, e depois é expelido em lugar próprio?» Assim, declarava puros todos os alimentos. E disse: «O que sai do homem, isso é que torna o homem impuro. Porque é do interior do coração dos homens que saem os maus pensamentos, as prostituições, roubos, assassínios, adultérios, ambições, perversidade, má fé, devassidão, inveja, maledicência, orgulho, desvarios. Todas estas maldades saem de dentro e tornam o homem impuro.»

Evangelho XXIII: Mc 7, 31-37 – Tornando a sair da região de Tiro, veio por Sídon para o mar da Galileia, atravessando o território da Decápole. Trouxeram-lhe um surdo tartamudo e rogaram-lhe que impusesse as mãos sobre ele. Afastando-se com ele da multidão, Jesus meteu-lhe os dedos nos ouvidos e fez saliva com que lhe tocou a língua. Erguendo depois os olhos ao céu, suspirou dizendo: «Effathá», que quer dizer «abre-te.» Logo os ouvidos se lhe abriram, soltou-se a prisão da língua e falava corretamente. Jesus mandou-lhes que a ninguém revelassem o sucedido; mas quanto mais lho recomendava, mais eles o apregoavam. No auge do assombro, diziam: «Faz tudo bem feito: faz ouvir os surdos e falar os mudos.»

 

Acontece na Paróquia da Ribeira Brava

1. INSCRIÇÕES na CATEQUESE

Estão abertas as Inscrições na Catequese Paroquial da Ribeira Brava, no horário do escritório de 2ª a 6ª das 9h-11h e nos fins-de-semana antes ou após as missas. Os outros anos consideram-se inscritos.

2..MÊS DE AGOSTO

24 agosto, sábado: Casamento e Batismo, 15h e 16h

31 agosto, sábado: Casamento, 15h

 

3.  MÊS DE SETEMBRO

6 setembro –  Casamento, 14h

7 setembro – Batismo, 16h

21 setembro –  Casamento e Batismo, 15h

24 setembro –  41º Aniversário da Presença dos SCJ na Ribeira Brava

26 setembro – Reunião das Catequistas no salão, 20h

29 setembro – Encontro de Pais da Catequese após a missa das 10h

30 setembro – Início das catequeses

 

4. MEDITANDO

Jesus, homem justo, Santo de Deus, filho do homem,

fermento do homem, apelo de Deus, único Mestre, único Senhor…

Ao longo de vinte e um séculos

E de todas as distâncias que nos separam de vós,

Que vos ocultam aos nossos olhos neste irreconhecível

Que vós sois em vós mesmo, pelo poder da vossa lembrança em nós,

sede revelação  de vós mesmo, a nós mesmos,

sede presença ativa que torna as nossas vidas humanas,

sede o nosso caminho para vós mesmo e para Deus.

 

Não nos deixeis na ignorância daquilo que vós fostes:

fechados na indiferença, privados de inteligência,

vítimas de ceticismo, ébrios de belas doutrinas,

distraídos pelo ativismo, paralisados por uma religião de costumes,

enterrados numa piedade sentimental ou cerebral,

seduzidos por uma ideologia social ou politica.

Cresça em nós a compreensão

daquilo em que vos tornastes. (Marcel Légaut, «Prières d’homme»)